Notícias e esportes ao vivo mantiveram a TV a cabo viva. Por quanto tempo mais?

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Desde que o corte de cabos se tornou uma tendência e milhões de americanos migraram para os serviços de streaming, dois tipos de programação têm ajudado as empresas de TV a cabo a manter seus assinantes: notícias e esportes ao vivo.

Mas parece cada vez mais que eles também estão online.

A controladora da CNN disse esta semana que planeja começar a transmitir os principais programas do canal de notícias em tempo real no Max, o serviço de streaming anteriormente conhecido como HBO Max. Além disso, a Amazon está em negociações com a Disney para transmitir a ESPN. Então os dias da TV a cabo estão contados?

Há uma razão simples pela qual as empresas de mídia mantiveram canais de notícias e esportes na TV a cabo: é lucrativo, de acordo com Tim Hanlon, CEO da empresa de consultoria de mídia Vertere Group.

“Os consumidores pagam uma taxa de assinatura do canal e também suportam publicidade nesse canal”, disse ele.

Portanto, são duas fontes de receita – ao contrário do streaming, que, até recentemente, dependia principalmente de assinaturas.

Mas a audiência da TV a cabo está em declínio. Neste verão, pela primeira vez, a TV linear – isto é, cabo e transmissão – foi responsável por menos da metade do uso da TV, de acordo com a empresa de classificação Nielsen. E os assinantes não são a única coisa que está diminuindo, disse Michael Smith, professor da Carnegie Mellon.

“À medida que o público da TV a cabo envelhece, isso afetará o tipo de pessoas que estão dispostas a colocar anúncios no conteúdo da TV a cabo”, disse ele.

Além disso, os principais âncoras e personalidades que tradicionalmente atraem os telespectadores para as notícias a cabo não precisam mais necessariamente das redes, acrescentou Smith. Veja Tucker Carlson, por exemplo, que a Fox News demitiu este ano. Ele agora transmite no X, a plataforma anteriormente conhecida como Twitter.

“Pessoas como Tucker Carlson agora têm um argumento confiável de que 'Ou você me dá o dinheiro que eu quero ou vou me tornar um terceiro independente, e posso ser um terceiro independente o suficiente para não precisar mais de você'”, Smith disse.

Mas à medida que o número de plataformas cresce, os streamers estão começando a oferecer opções que se parecem com o cabo 2.0, observou Charlotte Howell, professora associada de cinema e televisão na Universidade de Boston.

“Eles estão caminhando para mais agregação e acesso cruzado, mesmo entre empresas”, disse ela.

Howell acrescentou que ela ainda é assinante de TV a cabo porque gosta de navegar pelos canais.

“Porque aquela sensação de pousar em 'Speed' no momento em que Keanu Reeves está correndo para o ônibus”, disse ela, “e ter aquele momento de tipo, 'Eu não sabia que queria assistir esse filme, mas isso é exatamente o que eu precisava agora'” - isso é algo que o algoritmo Netflix ou Max simplesmente não pode oferecer.

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